quinta-feira, 28 de maio de 2009

O som: essência do rádio

A experiência de apresentar um programa de rádio pelo aspecto meramente sonoro do ambiente de um estúdio tem em si o conflito interno do jornalista consigo mesmo. Seus pensamentos, idéias e opiniões são o cerne da questão, a imagem não possui valor algum, somente a voz e as palavras possuem relevância e importância.
O profissional deve transmitir as notícias baseado em dados reais que possibilitem confiabilidade ao fato divulgado e informem o público da maneira mais imparcial possível para que este interprete, analise e construa seu próprio posicionamento perante o que lhe foi informado.

A linguagem utilizada no rádio pode ser solta, espontânea ou rígida, formal. Depende, claro, dos interesses/propostas de cada programa, do perfil dos integrantes e do público-alvo em questão.

No rádio, instrumento de comunicação dependente total da fala, ao contrário, da televisão e internet, cuidados especiais com alguns detalhes específicos são bem-vindos. Eis, três exemplos: distância adequada do locutor com o microfone; entonação de voz de fácil compreensão e roteiro bem estruturado (para preenchimento correto de tempo disponível).

E, o conteúdo? Não é importante? Sim, e muito. Aliás, como não poderia ser diferente, a informação deve estar em posição de destaque. Seja na argila, no papiro, papel impresso, rádio, na televisão ou internet. O suporte é coadjuvante, não, protagonista. Os protagonistas são as informações, os fatos e as notícias. Cabe ao jornalista o papel de comandante do espetáculo.

E, isso, será possível pelo respeito a três atitudes: pesquisa, averiguação e questionamento.

Ao rádio, através de sua presença maciça no território nacional, cabe como função elementar levar ao ouvinte palavras que tragam reflexão, questionamentos de pontos de vista ou, simplesmente, situe o indivíduo dos acontecimentos em sua volta.
Artur Ferreira Filho

As peripécias de um programa de rádio

Depois de algumas aulas introdutórias sobre o rádio tivemos que fazer um programa de temas livres a ser veiculado na radiofam, ao vivo, de vinte minutos de duração. A produção do programa, os temas e o roteiro levaram uma tarde para ficarem prontas. O grupo contava com Carolina Beidacki, Debora Fogliatto, Gessyca Agnes, João Willrich, Fabio Viecilli, Marco Souza, Julia Rombaldi e Natalia Otto.


Algumas divergências surgiram, como a escolha da trilha sonora, o nome do programa e os temas a serem abordados. No fim das contas, a trilha "Castores Pirados", o nome "Será que Chove?" e os temas acerca da prisão de Guantânamo, o ENEM e as cotas em universidades, além do futuro do jornalismo foram escolhidos.

 

Nosso programa foi ao ar as 10h30 (o último grupo a se apresentar) e o primeiro tema foi Guantânamo. Ele durou pouco mais de cinco minutos, conforme o planejado. Apresentamos a situação da prisão em Cuba, como os desejos de Obama em fechá-la e a resistência enfrentada pela oposição. O mais complicado não foi falar a respeito deste tema delicado, mas lidar com a distância ideal ao falar ao microfone e evitar as conversas paralelas acerca de quem iria ser o próximo a falar, pois os ruídos poderiam ser ouvidos pelos ouvintes. 


O tema sobre o ENEM (que substituirá o vestibular tradicional em muitas universidades ainda este ano) foi abordado por todos na mesa de tal forma que a discussão sobre as cotas ficou esquecidas. Para piorar, quando o tema seguinte foi chamado - o futuro da profissão de jornalista - um silêncio de alguns segundos tomou conta do estúdio. Ninguém sabia ao certo como começar o tema. Mas ele foi o mais abordado (cerca de nove minutos, quase a metade do programa). Foram tratados temas como as perspectivas da inclusão digital no Brasil e o futuro do jornal impresso. 


As discussões foram boas, os temas eram atuais e o tempo foi respeitado. Por outro lado, as maiores dificuldades foi quanto à ordem que cada um iria falar, pois sempre decidíamos com gestos ou sussurros. No geral, o saldo do programa foi positivo. 


Abaixo está o link do programa para que vocês possam ouvi-lo.

 

Clique aqui e curta o "Será que chove?".


Por Pedro Faustini