quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Perserverante Jornal

Dos grandes meios de comunicação, o jornal é que mais sofre com o tempo.  Afinal, eles circulam desde o século XVII. De lá para cá, muita coisa mudou. O tempo "diminuiu": se no início do século XX o jornal era a principal fonte de notícia do grande público, hoje ele ocupa um espaço de complemento na vida das pessoas. A velocidade com que as notícias são veiculadas na internet, TV e rádio nem se compara com a do jornal, que é atualizado de dia em dia. Notícias que constam no jornal quando ele chega às casas das pessoas as 6h podem estar totalmente desatualizadas as 6h30 (isso quando não chegam desatualizadas, pois o jornal é fechado na noite do dia anterior ou de madrugada).

Com três grandes meios de comunicações mais rápidos para concorrer, o jornal não vê um futuro muito animador. E em uma época que as questões ambientais estão no centro das atenções, o jornal se vê obrigado a colocar notícias de desmatamento de florestas. Detalhe: o jornal é feito de papel. Um tiro do próprio pé. 

As assinaturas e as vendas vêm caindo. Segundo o livro "A arte de fazer um jornal diário",  de Ricardo Noblat, "de 2001 a 2002, os 15 maiores jornais brasileiros diminuíram sua circulação em 12%. São 346.176 jornais a menos, como se uma edição da Folha de São Paulo tivesse deixado de circular".  Afinal, quem vai querer comprar algo feito em papel, cujas notícias só são atualizadas no dia seguinte se é possível ver as mesmas notícias em sites na internet, por exemplo? Ou em boletins e programas de rádios e TVs? Por isso fica a pergunta: o jornal vai acabar?

Provavelmente sim. Ao menos em versão impressa. Não só pela questão do tempo que as notícias levam para serem atualizadas, mas pelo custo de produção do jornal e pela quantidade de papel usada todos os dias. Migrar para a internet parece uma tendência. Hoje já possível acessar páginas de jornais, ouvir rádios e até mesmo programas de televisão na web - que está concentrando os demais meios de comunicação.

Se essas mudanças serão boas ou ruins, e quando elas virão, só o tempo irá dizer. Tempo que hoje castiga o jornal, mas que no futuro pode trazer novos ares a um novo tipo de jornal. Afinal, se as pessoas mudam, o jornal também deve mudar. 

Por Pedro Faustini